Anunciado em maio de 2002, a Namco anunciou este titulo como sendo o regresso da série 'Tales of' a plataformas Nintendo, tendo sido criada uma equipa especializada em desenvolver para as plataformas Nintendo, a Team Symphonia.
Tales of Symphonia é um jogo lançado para a Gamecube, aterrando na Europa a 19 de Novembro de 2004, fazendo parte, juntamente com Metroid Prime 2, Pikmin 2 e Paper Mario The Tousand Year Door, naquele que foi para muitos o melhor line up natalício que a 128 Bits teve ao longo da sua vida. A expetativa no velho continente por este novo jogo da famosa série RPG Tales of era imensa, pois era o primeiro titulo da consagrada saga a chegar até nós. Estreia essa que só foi possivel graças à Nintendo se ter disponibilizado para suportar os custos de localização.
E a estreia não podia ter sido melhor, pois Symphonia veio revelar-se um RPG bastante sólido e viciante, sendo uma das grandes bandeiras do género da geração 128 Bits.
A história inicialmente passa-se no mundo de Sylvarant, numa vila chamada Iselia. O mundo sofre de um grande colapso com o uso excessivo de mana pelos Desians (a raça inimiga no jogo), que é a fonte de energia no mundo. Seguindo as palavras da deusa Martel no momento de sua morte, os anjos escolhem o “The Chosen One”, que tem o papel de salvar o mundo da destruição. Esta grande responsabilidade recai sobre os ombros de Collete Brunel, uma moradora da vila de Iselia, passando a estar nas suas mãos e nas dos seus companheiros completar a“The Journey of World Regeneration” (A Jornada de Regeneração do Mundo), pois é a única forma de regenerar a Mana e, consequentemente, salvar o mundo.
Boas personagens...
O argumento de ToS não ganha nenhum Óscar pela originalidade, mas não deixa de ser interessante do inicio ao fim, ganhando muito ao apresentar um excelente leque de personagens carismáticas e que facilmente caiem no goto dos jogadores como Lloid, Kratos, Genis ou Zelos.
As sequências anime do jogo são verdadeiramente espetaculares
Onde o jogo mais brilha é no sistema de combate simples, ativo e muito viciante. Como nos jogos anteriores da série Tales of, Symphonia usa nova versão do Linear Motion Battle System(Sistema de batalha em movimento linear) que quase todos os jogos da série usam.
Ao contrário de muitos RPGs tradicionais, o sistema de batalha de Tales of Symphonia é em tempo real. Todos os quatro personagens na batalha podem ser controlados por jogadores, ou pela IA do jogo, que tomará decisões de acordo com padrões pré-definidos pelo jogador. As batalhas podem ser pausadas a qualquer momento, e as ações controladas pela IA podem ser alteradas nos menus. A movimentação nas lutas depende da posição do inimigo, com o jogador a travar sua mira num personagem, num sistema parecido com o de Zelda, e pode se mover para frente ou para trás em direção ao inimigo. O botão A controla os ataques, e o B, as técnicas especiais. Se o comando "Guard" for mapeado para o botão R, o sistema de luta funcionará de forma similar a Super Smash Bros. Melee. Defender é, no entanto, muito mais importante em Tales of Symphonia do que nos outros jogos da série, já que as personagens de Symphonia sofrem muito mais dano quando não assumem uma postura defensiva.
Tales of Symphonia foi extremamente bem recebido pelos jogadores, nomeadamente na Europa, pois introduziu a série, demonstrando a sua qualidade e abrindo o apetite dos gamers europeus para os excelentes restantes jogos Tales, fazendo assim valer a pena o esforço que a Nintendo teve para convencer a Namco quanto à boa receção que o jogo poderia ter na Europa. O sucesso foi de tal forma que foi lançada uma sequela direta do jogo na Wii, mas que infelizmente não tem a qualidade do Symphonia original.
Tales of Symphonia não foi apenas um sucesso pelos jogadores, mas também pela crítica, recebendo excelentes avaliações. Apesar de criticado pela história algo cliché, e vários defeitos em relação à parte gráfica, recebeu grandes elogios quanto ao seu surpreendente estilo artístico, feito pelo famoso mangaka Kosuke Fujishima, o inovador e dinâmico sistema de batalha, o sentido de humor apurado e enorme longevidade.
Infelizmente o bundle da GC com ToS chegou à Europa em quantidades residuais, pelo que é um pack raro
No dia 20 de Junho de 2006, a Namco anunciou oficialmente a produção de um anime em formato OVA baseado em Tales of Symphonia. Lançado pelo Frontier Works e Geneon Entertainment e produzido no estúdio Ufotable, a série em OVA contém 4 volumes, e foi finalizada no dia 21 de Dezembro de 2007, sendo uma boa forma dos fãs de ToS reverem esta excelente obra.
Tales of Symphonia é um excelente jogo, sendo considerado unanimamente como um dos melhores RPGs da Game Cube e da sua geração. Quem gosta do género e tem a consola (ou a Wii, que é retrocompativel), não pode deixar de jogar este clássico. Ainda hoje é dos RPGs mais divertidos e viciantes que podem encontrar
Análise MultiConsolas nº50, Fevereiro 2005